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Passo-a-passo: obter efeitos tridimensionais


Seja qual for o tema que pintamos, é importante conferir tridimensionalidade ao nosso trabalho, obtendo-se um efeito final mais credível e um foco de interesse fundamental do ponto de vista do observador.

A forma mais simples de o fazer e que facilmente poderá reproduzir nas suas pinturas é através da aplicação de sombras e luz na figura ou objeto a pintar.

Para obter este efeito, começamos por decidir a direção da luz.

Quando iniciamos uma pintura pensamos na direção da luz. 

Cada artista tende a escolher de forma intuitiva o lado direito ou esquerdo dependendo da sua lateralidade dominante, mas o topo também pode ser a solução. Se a nossa pintura inclui o Sol ou a Lua ou outra fonte de luz, o lado luminoso resulta naturalmente dessa localização.

Seja qual for a orientação, uma vez decidida, sabemos que todo o objeto que acrescentarmos à nossa pintura deverá respeitar essa direccionalidade. 

Posto isto, mãos à obra, passo-a-passo, dois exemplos muito úteis: árvores e montanhas!



Passo-a-passo: obter efeitos tridimensionais em árvores

Passo 1



Imaginem uma pintura de paisagem, na qual pretendemos incluir uma árvore. O primeiro passo será pintar o tronco principal da árvore, num tom mais escuro que a cor de base, digamos o castanho (é sempre o mesmo: partimos do escuro para a luz). Dependendo do efeito pretendido para a paisagem e do tipo de árvore, podemos usar como base fundamental o castanho escurecido com azul e verde ou mesmo preto.

Ao pintar o tronco neste primeiro passo, pensamos em primeiro lugar na forma, sem qualquer preocupação tridimensional, usando para o efeito um pincel carregado de tinta ou a espátula como nesta imagem.





Passo 2


Agora que temos a forma desejada vamos então “iluminar” o tronco, do lado em que decidimos previamente que teríamos a fonte de luz.

Na imagem vemos como, usando uma espátula com apenas um pequeno toque de tinta num dos lados (um “rolinho”), se acrescenta luz e realce ao tronco de árvore. A pressão é mínima, como uma caricia, por forma a que a tinta da espátula se espalhe de um modo muito pouco uniforme.


Dependendo do contraste que pretendemos obter, podemos usar um branco quase puro ou a cor de base misturada com um pigmento mais claro, usando para o efeito uma espátula por forma a agregar apenas ligeiramente os pigmentos.




Um pausa... de volta à roda das cores

Para sombrear e iluminar um objeto na tela, podemos seguir o esquema de monocromático, ou seja, observando a figura ao lado, usar do lado iluminado a cor clareada (tints), e do lado escuro a cor sombreada (shades), obtidas respetivamente pela mistura de branco ou preto.

No entanto, dependerá ainda do contexto global da pintura e do efeito mais ou menos dramático desejado, por exemplo:


- Num Pôr do Sol, a cor clara poderá ser mais alaranjado ou violeta;
- Num dia de Inverno será mais próximo do branco;
- etc.

O facto da mistura de cor preparada ser marmoreada permite obter um efeito mais natural, multiplicando os tons, pequenos realces e texturas.

Com a técnica ensinada por Bob Ross, a vantagem de usar uma espátula nesta fase do trabalho e o objetivo principal, é mesmo evitar remover ou esconder totalmente a tinta de base do tronco, evitando-se ainda misturar demasiado os pigmentos ou mesmo arrastar a tinta, como poderia suceder se usássemos um pincel. A não ser, claro, que não estejamos a usar a técnica wet-on-wet e que tenhamos aguardado pela secagem da camada de tinta inferior.

Assim, com esta técnica criamos um efeito menos uniforme e mais coerente com as variações que o tronco e a casca de uma árvore possui. A textura final é muito agradável!


Passo 3

Agora, sabendo que no lado oposto do tronco deverá existir sombra e que esta é como sabemos, mais escura, devemos realçar esse contraste misturando não o branco mas um pigmento que vai retirar valor à cor de base, ou seja, um tom cinza, ou azul, acrescentando assim um valor mais “frio” ao objeto (o azul clareado com branco aplicado quase puro do lado sombrio oferece mesmo um toque invernal ou noturno). Como antes, usamos a espátula.








Passo 4


Podemos realçar a forma do tronco juntando mais efeitos texturais com a espátula em particular quando a árvore é o objeto principal ou apenas porque se encontra mais próximo do observador.

Podemos ainda usar este processo quando a casca da árvore em causa apela a algum tipo especifico de textura, por exemplo uma bétula branca ou um plátano.

Aproveitamos ainda para compensar algum excesso causado durante o passo 1 ou 2, voltando se necessário a realçar o tom central do tronco e portanto, a sua tridimensionalidade.







Passo-a-passo: obter efeitos tridimensionais em montanhas

Segue-se um segundo exemplo, apresentado de forma muito mais rápida, até porque o esquema de criação de efeitos tridimensionais é similar ao anterior: uma montanha em três passos simples.

Passo 1 – a base escura (mistura de tinta próxima do preto onde pode predominar o azul escuro, verde, castanho).

Passo 2 – realce com cor clara, castanho “marmoreado” com branco,  ou apenas branco (por exemplo para criar neve) usando a espátula.

Passo 3 – realce da zona sombria usando tons castanho “marmoreado” mas mais escuro (ou azulado, caso estivéssemos a pintar uma montanha nevada), aplicado também com espátula.


Assim:



Boas pinturas!

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