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Pinceladas




A forma como manuseamos um pincel ou uma espátula é de extrema relevância no resultado final numa pintura.

As pinceladas que damos podem fazer a diferença entre uma pintura com vitalidade e uma pintura vulgar. Para compreenderem melhor esta ideia comparem uma fotografia de uma paisagem com uma pintura dessa mesma paisagem. O que torna a pintura a óleo tão interessante, são as formas, a textura e a mistura de tonalidades que cada pincelada permite obter.

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Em consequência, uma pintura a óleo, em particular uma pintura mais próxima do impressionismo e menos do realismo ou naturalismo (ver artigo anterior), quando observada de perto, assemelha-se mesmo a uma pintura abstrata.

Paisagem de Joaquin Sorolla
(1863-1923).
Da mesma forma, ao usarmos as técnicas de Bob Ross, devemos habituar-nos a dar um passo atrás para reconhecer a pintura como um todo. E isto pode transformar uma pintura de um tema banal numa pintura fabulosa.

Sumi

Um exemplo importante onde a forma das pinceladas constituem o centro fulcral de desenvolvimento do pintor: a pintura (e escrita) oriental com tinta preta (sumi), na qual é o traço é elevado ao seu expoente máximo como forma de expressão criativa assente no manusear hábil do pincel.





A forma como aplicamos a tinta na tela é crucial para o impacto final. Bob Ross sugere aplicarmos em primeiro lugar as cores escuras usando um pigmento mais espesso, e sobre esta as cores mais claras usando um pigmento mais fluido.

Bob Ross, Emerald Waters, Série 13 Episódio 9
Esta técnica é facilitada ao máximo nas aulas pelo facto de serem utilizados os pigmentos já formulados da marca Bob Ross.

O praticante pode tentar a sua própria diluição, contudo ao utilizar a marca Bob Ross o pintor pode dedicar-se inteiramente à pintura em si e não tanto à obtenção do pigmento com a diluição mais correta, evitando-se erros e frustração. Tanto assim, que a transparência do pigmento é muitas vezes um factor que o praticante tem mais dificuldade em controlar.

Por outra parte, o método de Bob Ross propõe o ensino de técnicas especificas de utilização de cada ferramenta de pintura. Assim, um iniciante aprende como usar cada pincel para obter pinceladas realmente interessantes no seu quadro, ou a forma de utilizar a espátula para produzir efeitos de textura e para realçar a luz.


Técnicas essas que fazem toda a diferença no resultado final e o tornam verdadeiramente interessante pois aprendemos:





- a segurar e manusear os pinceis e as espátulas,

- como carregar as ferramentas de tinta,
- como obter massas interessantes de formas com pinceladas simples e rápidas (ex. folhagem)
- como obter textura e criar movimento
- como criar pontos de foco
- como criar forma tridimensional e realces de luz
- como desenhar linhas finas (precisas ou livres). 



O método encoraja e possibilita que os praticantes tornem cada pincelada ”uma pincelada com significado” e a evitar que se produzam pinceladas aleatória e confusas que poderiam gerar uma miscelânea desagradável de cores.

Bob Ross, Cypress Swamp
Bob Ross, Cypress Swamp, Temporada 25, Episódio 08
Uma pintura ganha força e ganha poder, quanto mais simples são as suas pinceladas, como se cada uma fosse intencional, como numa colagem de pedrinhas, mesmo quando não o é (por exemplo no expressionismo abstrato).




Esta maior rapidez de pintura torna o método Bob Ross muito interessante para a pintura PleinAir.




Boas pinturas!



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