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Pintar com textura


Elemento da arte - textura


Pintura com espátula de Bob Ross, Temporada 6,
Episódio 11, Western Expanse
Este elemento tem a ver com a sensação de toque (ou a ideia que obtemos dessa sensação, mesmo sem tocar) que o objeto nos transmite. 

Quer se trate de uma ilusão (2D) pela utilização de padrões (textura visual) ou simulação da mesma, quer se recorra uma textura real (3D) pela utilização de pastas, tintas com brilho variável, acetinadas ou brilhantes a utilização da textura torna as pinturas interessantes pela manipulação do valor.



Continue a ler, veja as nossas sugestões!



A textura é sobretudo importante quando optamos por não sobrecarregar a nossa pintura com demasiados objetos mas ao mesmo tempo, queremos acrescentar algum foco de interesse.

A textura pode ainda ser usada para criar composições de objetos nas quais o espaço assume elevada importância, por exemplo, uma natureza morta ou um abstrato... _> artigo anterior!!!!! espaço....



Como podemos então usar a textura? 


Como vimos, a textura refere-se à sensação ao toque que o objeto nos transmite.

Mas antes de decidir por acrescentar textura à sua pintura, veja as formas de o alcançar:

  • Uma textura tridimensional, como vimos, sente-se ao tacto a rugosidade ou a sua forma.

  • Através de uma textura bidimensional, em que apesar de ao tocar sentirmos a superficie plana, visualmente parece-nos que a superficie não é lisa. Trata-se portanto de uma textura visual, recriada através do uso do valor, de forma a parecer-nos tridimensional.

  • Pode ainda ser simulada, ou seja, quando recriamos texturas reais (como o grão de uma tela) ou,
  • Inventada, seja por padrões repetitivos de formas ou linhas.
  • A textura pode ainda ser rugosa, isto é, quando reflete a luz de modo muito desigual ou aleatório, ou
  • suave, refetindo a luz de um modo uniforme. 
  • Há ainda, quanto à superficie, texturas mate, quando a superficie não reflete luz, ou apenas reflete uma luz muito suave ou,
  • Pelo contrário, a superficie pode ser brilhante.


Quanto a técnicas, podemos dizer que foi com os impressionistas que se começou a dar maior importância a este elemento, e muito notavelmente, com Van Gogh. Este foi de fato um fantástico utilizador da técnica de impasto que veremos adiante.

Empasto


Ou empaste. Nesta técnica a tinta é aplicada em camadas espessas, possibilitando portanto a criação de textura tridimensional.





As pinceladas ou marcas da espátula são intencionalmente visiveis, podendo tornar-se um dos aspetos mais importantes da pintura. 


Em artigos precedentes falámos de linhas e formas, ora as pinceladas podem ser aplicadas de modo a desenhar linhas e volumes que acrescem dinamismo e sentimento a uma pintura.


Bob Ross, temporada 27, episódio 3, Rustic Winter Woods

A tinta é pode praticamente ser "esculpida" na tela. As áreas de sombra e luz aparecem de forma natural, sem ser necessário utilizar o valor.


Valor


Do outro lado da balança encontramos o valor, utilizado tradicionalmente pelos pintores clássicos e de extrema importancia para recriar a ilusão da textura. Para mais informação, remeto-vos para artigo anterior alusivo a este tema e para o exemplo em baixo da sua aplicação em gravura.



Daniel Figueiredo, 2008



Mixed Media, collage,...


Atualmente, vivemos tempos de elevada liberdade na expressão. A utilização restrita e fiel ao óleo deixou de ser um dogma, e surgem cada vez mais exemplos de artistas que recorrem a variadissimos materiais, numa atitude muito experimental.

São usados materiais como massa de modelar, tecidos, papel, tintas e vernizes que provocam rugas e fendas nas camadas inferiores, e entre muito outros, têm surgido cada vez mais aliados a novas formas de expressão artistica.
Jenny Shea e Tiffany Teske



Mas atenção, mesmo quando optar pela textura como o elemento principal da sua pintura, não descure os restantes elementos, em particular, a composição na qual como vimos a textura se enquadra. Por outro lado, elementos como o valor tornam-se menos relevantes, assim como o realismo se torna menos relevante.

Aconselha-se ainda nestes casos a deixar a textura para a parte final do trabalho, por forma a não descurar os demais elementos na sua composição, e a possibilitar utilizar a textura para aquilo que melhor faz: realçar e brincar com a luz.




Boas pinturas!

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